Manjuba

Muito conhecido como Pititinga, a Manjuba já é praticamente íntima de todos.

A Manjubinha frita da praia agrada a gregos e troianos. Já é chamado até de Biscoito do Mar.

Mas este peixe pode trazer mais do que uma bela refeição.

Origem do Nome

Assim como boa parte dos peixes que conhecemos, o seu nome também vem do Tupi Guarani, mã-juba significa coisa amarela.

Já o seu nome científico é Anchoviella lepidentostole, da ordem dos Clupeiformes, da família dos Engraulidae.

Principais Características

Pequeno peixe de escamas, têm o corpo mais esguio e seu comprimento chega a no máximo, 14 centímetros.

As fêmeas sempre são maiores do que os machos.

Sua cor é de um branco brilhante, prata e apresentam uma faixa lateral que corta o corpo de fora a fora; desde o fim da cabeça(nos opérculos) e se estreita até atingir a cauda.

A base de sua cabeça é branca/prateada, o meio de seu corpo é amarelado e as extremidades são um pouco mais escurecidas.

A cabeça em cima é um pouco mais escura, com pequenos pontos pretos.

A Pititinga/Manjuba possui certo tipo de glândulas que produzem uma espécie de muco que envolve todo seu corpo. Isso o torna mais liso, o que facilita seu deslocamento na água. É muito ágil.

Este muco funciona também como uma espécie de capa protetora, que a protege de microorganismos que poderiam comprometer sua saúde.

Onde o Encontrar

A Manjubinha ou Pititinga é encontrada em toda a costa brasileira, do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul.

Hábitos da Manjuba

A Pititinga costuma viver nas regiões costeiras, nas praias, mar aberto, regiões dos estuários e pode reunir grandes cardumes nas locais mais abertos.

Quando formam seus cardumes, estes têm a característica de serem transitórios ou permanente somente nos estuários.

Em águas com a salinidade maior, a ocorrência da Manjuba é maior.

Os adultos de Pititinga são encontrados geralmente em alto mar e se aproximam mais da costa somente em época de reprodução.

A Manjuba tem um papel importantíssimo no equilíbrio do meio em que vive, pois é importante na cadeia alimentar de outros animais como outros peixes e aves marinhas.

Sua Alimentação

Se alimentam principalmente de pequenos crustáceos e algas do ambiente planctônico.

Reprodução e Acasalamento

De Outubro até Março (primavera-verão), as Manjubas partem em direção aos rios através da migração reprodutiva.

Vale dizer que a reprodução acontece o ano todo, porém existem os picos reprodutivos que ocorrem no Verão e também no mês de Outubro.

Durante o ato reprodutivo, macho e fêmea lançam seus gametas na água e quando estes se encontram, surgem então os ovos.

Na maioria destas atividades reprodutivas, surgem milhares e milhares de ovos; porém poucos conseguem vingar ou chegar à idade adulta porque muitos alevinos, juvenis fazem parte da alimentação de outros peixes, crustáceos ou moluscos.

A Manjubinha vive pouco, cerca de 3 a 4 anos. Em função deste ciclo vital mais curto, seu crescimento é mais rápido. Em torno de 1 ano de vida, já atinge 9 centímetros e já está pronta para se reproduzir buscando então, os rios pela primeira vez.

Vamos à Pesca!

A grande maioria da atividade de pesca de Manjubas é feita com redes: as chamadas tarrafas de malha fina. 

A pesca comercial é muito explorada, podendo até comprometer o equilíbrio desta espécie.

A pesca individual, pode ser feita com simples varas de bambu com uma pequena bóia e isca de camarão, corrupto e outros pequenos animais se for pescar na praia, na areia.

Dizem que o pescador acostumado com a pescaria mais pesada tem certa dificuldade ao pescar pequenas espécies, pois é preciso muita sensibilidade para puxar na hora certa!

Manjuba na Garrafa

Um fato importante a ser lembrado, é que a Manjubinha morre rapidamente depois de pescada. Como a pesca é mais demorada, pois trata-se de um peixe pequeno, é aconselhável manter um recipiente com água do mar do local onde a Pititinga foi pescada e deixar o peixe vivo lá. Pode ser até mesmo uma grande garrafa pet com água. Assim você mantém a Manjubinha fresca até a hora de do consumo(se for o caso).

Além da vara simples de bambu, pode-se usar um equipamento de resistência leve, com linha de monofilamento 0,23 mm, o anzol Maruseigo de número 12, 14 ou 16, o chumbo pode ser pirâmide entre 25 e 40 gramas, o girador, caso ache necessário, é o de número 3.

As iscas são apenas as naturais: pedacinhos de camarão descascado, sarnambi, marisco, tatuí, etc.

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Propriedades Nutricionais

A Manjubinha é muitíssimo apreciada frita.

Em uma porção desta de 100 gramas de Pititinga/Manjuba; podemos encontrar 183 Calorias, 0 Carboidrato, 12,20 gramas de Gordura e 18,50 gramas de Proteína.

Manjuba na Culinária

A grande maioria de receitas de Manjubinha são as que fritam o peixe. Dentro desta especialidade, pode-se variam muito em empanados e temperos, molhos.

Uma receita tradicionalíssima e que serve como um tira gosto de se lamber os dedos, é esta Manjuba no Fubá:

E que tal explorar uma outra possibilidade como esta Manjuba Grelhada?

E quem disse que não dá para fazer moqueca com peixes menores? Claro que dá! Experimente esta Moqueca de Manjuba:

Curiosidades

• A Manjubinha é um dos poucos peixes em que se pode(e deve) comer a cabeça e o rabinho. Isso porque é ali onde se encontra mais Ômega 3 e o índice deste nutriente na Pititinga é maior do que a encontrada em postas de salmão, por exemplo;

• No interior de São Paulo, na cidade de Iguape (cidade com cerca de 30.000 habitantes), a Manjuba é responsável por praticamente manter a economia da cidade, cerca de 1800 pescadores vivem de sua pesca e são gerados uma média de 500 empregos diretos ou indiretos advindos desta atividade;

• A Pititinga é um dos principais pescados do Estado de São Paulo ao lado da sardinha;
• Um registro de uma pescaria tranquila com crianças é este vídeo, onde mostra os equipamentos usados e como pescar Manjubinhas. Dê uma olhadinha.

A pesca de Pititinga ou Manjuba não chega a ser tão emocionante, porém é uma atividade que pode ensinar muito e desenvolve a sensibilidade para sentir quando puxar a isca, promove uma atividade em família muito boa também.

Valorizar todos os tamanhos de pescaria é algo que nos faz bem e pode acarretar até um convívio melhor com nossos filhos e família ou apenas uma diversão que faz um bem danado para recarregar nossas energias.

E então?Pronto?